quarta-feira, janeiro 17, 2007

O fim do jornal

   Faz mais ou menos uns dois meses que tomei uma decisão muito significativa em minha vida. Eu havia sido tomado por um sentimento de frustração e impotência diante de tantas notícias ruins que assolavam os meus dias.
   Deixe-me começar do início. Nem sempre gostei de assisitir aos noticiários. Claro, quando somos muito jovens julgamos ser uma grande perda de tempo acompanhar as notícias e sempre conseguimos pensar em centenas de outras coisas que preferiríamos estar fazendo naquele momento. Mas à medida que fui tornando-me adulto e (supostamente) deveria estar sempre a par de tudo o que me rodeia, passei a tomar gosto pelos noticiários. A partir daí, passei a assitir em média de dois a três jornais televisivos diariamente, além das outras fontes de informações. Depois de um certo tempo, cheguei à conclusão de que os noticiários são simplesmente o tipo de programa mais deprimente que se pode assistir. Não estou falando de shows de variedade, programas de auditório e afins. Não, noticiário, jornal mesmo. É praticamente impossível assistir a alguma notícia significativamente boa. Ainda não descobri ao certo se é porque as notícias boas não dão ibope ou porque cada vez menos existem notícias boas para serem divulgadas. Mas acredito ser um pouco das duas coisas. O fato é que cheguei num ponto em que sentava na frente da televisão para assistir ao jornal da noite, já com a minha garrafinha de antiácido na mão. E a cada novo furo de reportagem a minha úlcera gritava um pouco mais.
   Pois finalmente descobri a solução. Aboli o jornal da minha vida. "Mas Grumpy, assim você vai se tornar um completo alienado do mundo, um eremita da sociedade". Não, caro duende. Ainda não perdi completamente o meu juízo.
   É óbvio que continuo me mantendo a par de todas as notícias (desagradáveis) que me rodeiam. Mas acabei com o ritual bizarro de sentar na frente da caixa mágica e deixar a podridão ser assimilada pela mente. Aliás, era uma das últimas coisas que eu ainda me dispunha a assisitir na telinha. Agora só sobraram os filmes. E assim mesmo, previamente selecionados, claro.
   O fato é que com a quantidade infindável de fontes ("confiáveis") de notícias que a Internet nos oferece, realmente não existe nenhuma justificativa para assistir aos jornais televisivos. Estes são normalmente tendenciosos, superficiais e distorcidos, moldados de acordo com as opiniões de suas próprias emissoras. A partir de agora eu busco as notícias que realmente me interessam, sejam elas sobre política, economia, música, esportes, tecnologia, turismo, (...) com a vantagem que posso me aprofundar tanto quanto eu queira sobre cada determinado assunto. E com a rapidez de um clique me livro das opiniões esdrúxulas e infundadas. Mas pelo amor de Deus, não venham me processar depois porque todas as notícias que vocês encontraram na Internet eram lixo. Procurem fontes sérias para as suas notícias. A Internet pode ser também um mar de lama fétida, então cabe a vocês usar o bom senso.
   Em suma é isso. Conclusão: me livrei de todos as bandalheiras dos políticos, dos assassinatos, assaltos e estupros, dos ataques do MST, dos improvisos do presidente e todas aquelas notícias desagradáveis que assombravam o meu fim de noite. Meu mundo está bem melhor. Acho que já posso até me juntar ao Rubens nessa missão...

PS.: Não, duende, não estou tapando o Sol com a peneira ou enfiando a cabeça na terra. Mas sou eu quem decido o que entra na minha vida e como, e não alguns "donos da informação" que pensam saber o que é melhor para as pessoas.

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