sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Panem et circenses

   Na Roma antiga, o Estado oferecia pão e circo aos plebeus como forma de mantê-los ocupados e distraídos para não pensarem nos problemas sociais e políticos da época. Parece que no Brasil a política é mais ou menos a mesma. Não sei quanto ao pão, mas o circo está rolando solto lá dentro da Câmara dos Deputados. E a lista de palhaços não pára de crescer.
   O (deputado???) Clodovil é um exemplo disso. Durante a cerimônia de posse ontem, destacou-se vestindo um extravagante terno branco, chapéu e bengala. Mas a maravilha maior veio depois, quando ao ser indagado sobre sua disposição de votar a favor do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) lançado pelo presidente Lula, elegantemente proferiu: "O que é isso? O que são essas siglas?"
   Além da patética demonstração de ignorância, que fez com que os próprios repórteres tivessem que explicar ao deputado o que significava o programa, mostrou toda a sua geniosidade política: "É plano, não resolve nada, tem de colocar em ação. Não ficar no papel." Sim, senhor deputado, estou perplexo com a sua perspicácia. O show de horrores continua então, quando os repórteres insistem que o deputado precisaria votar o PAC pois o projeto seria votado no Congresso. Nosso ídolo então retruca: "Tanta coisa vem para cá e nem sempre são coisas boas. Vocês podem, inclusive, não gostar de mim, dizer que não sou uma coisa boa. Isso é um problema seu, não meu." É... brilhante.
   Não sei mais se os palhaços estão hospedados lá em Brasília, ou se é no resto do Brasil todo que estamos. Vou comprar um nariz vermelho... e dar para os idiotas que votaram nessa gente.

A vergonha de si próprio é o maior suplício da vida.