quinta-feira, julho 09, 2009

A Filosofia da Liberdade

   Há algum tempo atrás recebi de um amigo, por e-mail, um vídeo tratando da filosofia da liberdade. Segue o link (em inglês).

   É um vídeo relativamente longo (8:15 min.), mas é bem interessante e vale a pena ser visto. Trata de conceitos simples da sociedade, como propriedade, direito, autoridade e liberdade. Após assistir ao vídeo, vocês verão, como é simples, não? Infelizmente tem muita gente (MUITA MESMO) no mundo que nunca ouviu falar em conceitos tão simples... Talvez se esses conceitos básicos fossem ensinados na escola primária e secundária, junto com o bê-á-bá, daqui uns duzentos anos, viveríamos em uma sociedade tranquila.

   Mas pensando bem, ninguém vai querer investir em algo que não será recuperado durante sua própria existência egoísta. Isso já faz parte da nossa sociedade. Além disso (agora filosofando um pouco), isso só funcionaria se descartássemos a própria natureza humana que, na minha opinião, jamais permitiria isso. Os humanos são, por natureza, extremamente ambiciosos. Seja por poder, riqueza material, reconhecimento, respeito, admiração, ou o que for, o ser humano SEMPRE vai querer mais. O que é bom hoje, não será bom amanhã. Enquanto isso pode ser considerado uma qualidade, que garantiu a perpetuação e evolução da nossa espécie até hoje, não é compatível com o "conceito de liberdade" citado, já que, naturalmente, para você ser mais e/ou melhor do que alguém, este alguém terá que, obrigatoriamente, ser menos e/ou pior que você. E a partir daí, tudo se degringola até chegar no ponto em que está hoje.
   Além disso, o ser humano tem incutido em sua essência, a velha máxima de que "os fins justificam os meios". Novamente, uma qualidade questionável do ser humano. Não fosse uma qualidade, jamais comeríamos carne (os vegetarianos que me perdoem), pois para se comer um bife, é necessário matar uma vaca. Já posso ouvir o duende: "Mas que exemplo simplório!" Não, meu caro. Essa máxima se perpetua para cada aspecto de nossas vidas. Se pararem para pensar, no fundo, no fundo, os fins sempre justificam os meios. Seja na política, na saúde, na educação, no trabalho, nas relações humanas em geral. Mas quando essa máxima é aplicada ao conceito de sempre procurar ser mais e melhor do que os outros, novamente a coisa degringola.
   Ou seja, o vídeo (e a idéia) é bacana, verdadeiro e interessante. Mas, infelizmente, trata-se apenas de filosofia que no fundo, no fundo, não levará nada a lugar nenhum. Talvez com alguma outra espécie, em alguma outra era.

Um homem não pode ser mais homem do que os outros, porque a liberdade é igualmente infinita em todos

-- Jean-Paul Sartre



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